Technology Readiness Level (TRL), ou Nível de Maturidade Tecnológica, é uma metodologia utilizada para avaliar o estágio de desenvolvimento de tecnologias em projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I).
Continue lendo para compreender:
- O que é o TRL e qual seu propósito;
- Os diferentes níveis de maturidade tecnológica;
- Como o TRL se relaciona com o ciclo de vida de um projeto de P&D;
- A conexão entre os mecanismos de incentivo à inovação e o TRL.
O que é o TRL?
Criado pela NASA nos anos 1970, o TRL foi inicialmente aplicado para avaliar tecnologias em sistemas espaciais. Com o tempo, outras organizações, como o Departamento de Defesa dos EUA e a Agência Espacial Europeia (ESA), adotaram a metodologia para gerenciar iniciativas tecnológicas.
Em 2010, a Comissão Europeia recomendou seu uso em projetos de PD&I. Posteriormente, a norma ISO 16290:2013 foi estabelecida para padronizar a definição dos níveis de maturidade tecnológica. No Brasil, a ABNT publicou a NBR ISO 16290:2015, alinhada à norma internacional.
Essa padronização facilita a avaliação de projetos por agências de fomento, permitindo uma análise mais objetiva, independentemente do setor de atuação.
Os Níveis de Maturidade Tecnológica (TRL 1 a 9)
O TRL utiliza uma escala de 1 a 9, em que 1 representa o estágio mais inicial e 9, o mais avançado. Confira a definição de cada nível:
- TRL 1 – Princípios básicos observados: Estágio inicial de pesquisa científica, sem aplicação prática definida.
- TRL 2 – Conceito tecnológico formulado: Ideias começam a ser estruturadas, mas ainda sem comprovação experimental.
- TRL 3 – Prova de conceito: Validação por meio de modelos, simulações ou testes em laboratório.
- TRL 4 – Validação em ambiente controlado: Protótipos iniciais são testados em laboratório.
- TRL 5 – Teste em ambiente relevante: Componentes são avaliados em condições próximas da realidade.
- TRL 6 – Demonstração do protótipo: O sistema é testado em escala piloto, validando sua funcionalidade.
- TRL 7 – Protótipo em ambiente operacional: Testes avançados são realizados em condições reais.
- TRL 8 – Sistema final validado: A tecnologia está pronta para implementação.
- TRL 9 – Tecnologia em operação: Solução consolidada, utilizada comercialmente.
Objetivo da Escala TRL
O principal propósito do TRL é auxiliar gestores na tomada de decisões sobre investimentos e prioridades em projetos de inovação. Quanto maior o nível de maturidade, mais próxima a tecnologia está de ser aplicada no mercado.
Como o TRL se Relaciona com o Ciclo de Vida de Projetos de P&D?
O desenvolvimento de um projeto de inovação pode ser dividido em:
- Pesquisa básica (TRL 1-2) – Estudos teóricos e conceituais.
- Pesquisa aplicada (TRL 2-3) – Foco em soluções práticas.
- Desenvolvimento experimental (TRL 4-6) – Testes em laboratório e prototipagem.
- Industrialização (TRL 7-8) – Escalonamento e validação em ambiente real.
- Produção e comercialização (TRL 9) – Tecnologia pronta para o mercado.
Nem todo projeto passa por todas as etapas, pois alguns podem iniciar diretamente no desenvolvimento experimental, dependendo do conhecimento prévio disponível.
TRL e Mecanismos de Incentivo à Inovação
Diversos programas de fomento utilizam o TRL para avaliar a elegibilidade de projetos. Entre eles:
- FINEP: Apoia desde pesquisa básica até inovação comercial (TRL 1-9).
- BNDES: Financia projetos em estágios mais avançados (TRL 4-9).
- EMBRAPII: Foca em tecnologias entre TRL 3-6 (validação em laboratório e ambiente relevante).
- Lei do Bem: Beneficia projetos entre TRL 1-7, com possibilidade de P&D retroativo em TRL 8.
Conclusão
O TRL é uma ferramenta essencial para gestão da inovação, permitindo avaliar o progresso de tecnologias e identificar oportunidades de financiamento. No entanto, sua aplicação deve considerar as particularidades de cada setor e projeto.
Para aprofundar seu conhecimento, explore como o TRL pode ser usado para enquadrar projetos na Lei do Bem e outras iniciativas de fomento.